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    Arquivo: Edição de 15-05-2011

    SECÇÃO: Destaque


    AsSEMBLEIA MUNICIPAL DE JOVENS

    Pausa para os partidos e forças políticas – lugar aos grupos municipais escolares

    A Assembleia Municipal de Jovens do Concelho de Valongo (AMJ) – que tem vindo a ter lugar, anualmente, por alturas do 25 de Abril, de forma regular, desde a primeira iniciativa da ex-presidente da Assembleia Municipal Sofia de Freitas –, reuniu este ano na noite do passado dia 6 de maio, no Auditório Municial António Macedo do Fórum Vallis Longus.

    Participaram alunos da EB2,3 de Valongo Vallis Longus, CENFIM, EB 2,3 de Alfena, EB 2,3 de Campo, Escola Secundária de Valongo, Escola EB 2,3 D. António Ferreira Gomes e Escola Secundária de Ermesinde.

    As forças políticas concelhias apresentaram uma saudação à AMJ.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    Após uma muito breve saudação do presidente da Câmara Fernando Melo, deu-se início a um período de intervenções de saudação por parte das forças políticas representadas na Assembleia Municipal.

    A primeira a usar da palavra foi Raquel Santos, da JS, que em nome do Partido Socialista sublinhou a relevância desta assembleia, partindo depois para várias considerações sobre a questão da organização política.

    «Os partidos políticos não são mais que uma forma muito elaborada de cidadania (...), são aglutinadores políticos que promovem a diversidade de opiniões», e que respondem à «necessidade de uma discussão aberta e transparente».

    Raquel Santos referiu-se depois ao que chamou estagnação do concelho, e lembrando que nos encontramos numa sociedade com a geração mais letrada que já houve no País, terminou citando Mahatma Gandhi: «O futuro dependerá do que fizermos no presente».

    Seguiu-se-lhe Rosa Oliveira, do PSD que, lembrando o programa Erasmus e dirigindo--se aos jovens presentes lhes indicou que «a nossa terra é aquela que nos trata bem», incitando-os a procurar fora do País aquilo que não puderem encontrar nele. Fez também a defesa do empreendedorismo. E, referindo que «o ideal era que fôssemos uma democracia direta, mas isso é impossível», apelou à participação no ato eleitoral e também à participação no associativismo estudantil. «É no Conselho Pedagógico que devem fazer ouvir as vossas reivindicações», apelou terminando a sua intervenção.

    Alexandre Teixeira, do CDS, saudou a 5ª AMJ e a sua iniciadora, Sofia de Freitas, e lembrou a atenção com que escutou as propostas dos jovens em anteriores assembleias municipais de jovens, que lhe permitiram posteriormente fazer propostas que respondessem aos anseios manifestados. E por fim prometeu, desta vez, ir fazer precisamente o mesmo.

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    Adriano Ribeiro, da CDU, referiu o momento particularmente difícil que atravessamos, a nível do País, e referiu aos jovens que tudo o que está a acontecer tem motivos políticos e, por isso, os jovens devem estar atentos e participar na vida política ativa do País.

    Também Eliseu Pinto Lopes, do BE, admitindo que os tempos estão difíceis, apelou aos jovens para terem «coragem, realismo e perceber o fundo das questões. (...) Chegou a altura de aparecer uma nova geração de políticos, com mais verdade, autenticidade e menos ilusionismo – no MagicValongo é divertido, no país ou numa câmara, não!».

    Por fim, contrapôs às belas palavras de “empreendedorismo” de Rosa Oliveira, a precariedade, recibos verdes e o mundo real.

    Rogério Palhau, da UPA (Unidos por Alfena) saudou e agradeceu aos jovens que vieram dar a sua versão das coisas, e salientou que vale a pena ouvir o que eles têm para dizer.

    Por fim, já na parte final, falaria Jorge do Aido, da CM (Coragem de Mudar), que saudou também os jovens que vieram dizer aquilo que queriam e não o que outros queriam que dissessem. E admitindo que eles tinham o direito de refilar, acusou que «muitas vezes não são as organizações que propiciam os nossos direitos. (...) Podemos constituir-nos em associação, como fez a CM».

    ANTES DA

    ORDEM DO DIA

    No ponto antes da Ordem do Dia, apenas uma questão foi levantada, pela Escola EB 2,3 de Campo (Agrupamento de Escolas de Campo), que apresentou uma recomendação sobre a colocação de passeios e passadeiras, iluminação das ruas, sinalização dos lugares perigosos em termos viários, resolução dos problemas de maus cheiros da ETAR e outros problemas de Campo, responsabilizando a Câmara Municipal de Valongo.

    Admitida para discussão, esta recomendação seria aprovada com a abstenção do Grupo Municipal da Escola Secundária de Ermesinde.

    Já após a votação Fernando Melo faria o reparo de que as estradas nacionais não são de responsabilidade da Câmara.

    ORDEM

    DO DIA

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    A primeira a intervir foi a Escola EB 2,3 Vallis Longus, de Valongo, que abordou uma questão já amplamente referida no nosso jornal, as muito deficientes condições de funcionamento da sua escola: instalações insuficientes, problemas de segurança no piso e em equipamentos, laboratório improvisado e sem condições, gabinetes de apoio aos alunos improvisados em corredores, falta de privacidade nos serviços de psicologia, falta de um auditório, salas e equipamentos danificados, falta de arrecadações, climatização inadequada e problemas graves de saúde pública, com a permanência dos telhados de fibrocimento.

    O CENFIM, em Ermesinde, veio propor a abertura do parque da Lipor todo o ano todos os dias. E exigiu ainda mais sanitários públicos, e maior segurança nas ruas (reivindicação esta que repetiu de anos anteriores na AMJ).

    A proposta da Escola Secundária de Valongo foi a da criação de uma Casa da Juventude, indicando para a sua instalação o edifício do Tribunal do Trabalho de Valongo. Seria um espaço de ação municipal para a organização de atividades de tempos livres, espaço de troca de opiniões, espaço de formação e espaço de oficinas.

    A Escola EB 2,3 de Alfena veio propor a campanha “Preservação do Ambiente contra os Incêndios – Por Amor a Alfena”.

    Recordando os sobressaltos do período estival e um video da WWF sobre o ordenamento da floresta, lembrou a necessidade de combater a falta de limpeza dos espaços, a falta de cuidado e a necessidade de políticas fortes de educação ambiental.

    Recordando ainda o Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, denunciou a existência de lixeiras em plena área de Rede Natura e apresentou o projeto Por Amor a Alfena, propondo-se realizar várias intervenções em datas significativas, através de ações voluntárias, como o Dia Mundial de Luta contra a Seca, a 18 de julho, com o mapeamento de pontos de limpeza, ou o Dia Mundial do Turismo, a 25 de setembro. Entre julho e agosto, com a criação do Clube de Amigos de Alfena, propunha--se a vigilância do espaço e a ocupação com atividades úteis.

    A Escola EB 2,3 de Campo refletiu sobre a centralidade de Campo e o seu património, apresentando várias propostas, tais como a criação de um passeio pedonal junto ao rio Ferreira, uma zona de piqueniques, um cibercafé, uma esplanada e um campo de jogos; a relocalização da feira semanal de Campo, propondo um local alternativo, e libertando o acesso à Retorta, impedido nos dias de feira; pôr fim à degradação da ponte dos Arcos.

    A Escola EB 2,3 D. António Ferreira Gomes, de Ermesinde, apresentou o trabalho “Ermesinde – Uma Cidade, Três Problemas”, abordando a situação no largo da feira velha de Ermesinde, em que a falta de civismo, a falta de manutenção e más políticas autárquicas, tinham vindo a degradar este espaço tão digno e importante da história da cidade de Ermesinde.

    Entre as ideias apresentadas figuravam a recuperação das casas à volta do largo e a sua entrega ao Centro Social de Ermesinde (CSE) para alojamentos da Terceira Idade (uma proposta há muito defendida pelo próprio CSE e a definição das obras a realizar no largo.

    Outra das ideias era a recuperação da Fábrica de Tecidos de Sá, salvaguardando documentos preciosos que lá se encontrariam em destruição acelerada e, sobretudo, a adaptação do edifício a Pousada da Juventude ou a futuro Museu Industrial do concelho.

    A terceira ideia apresentada foi a recuperação do recinto de jogos da Rua Augusto César de Mendonça, a marcação de balizas e a dinamização de atividades, pondo cobro à situação de degradação em que se encontra.

    Por fim interveio o Grupo de Jovens da Escola Secundária de Ermesinde (ESE) que, tal como o grupo homólogo de Valongo, propôs a criação de uma Casa da Juventude municipal, mas desta vez, situada no edifício da antiga Junta de Freguesia de Valongo, desde há anos entregue à Refer.

    Os jovens da ESE defenderam uma infraestrutura que permitisse a criação de espaços de auditório, bar, sala internet, salas de formação, videoteca, núcleo de fotografia, sala de estudo, oficinas, apoio psicológico e, no exterior, um jardim.

    Os utilizadores contribuiriam com uma verba mínima.

    AS RESPOSTAS

    DO EXECUTIVO

    CAMARÁRIO

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    Os vários membros do Executivo da Câmara deram então as respostas às propostas dos jovens estudantes.

    Fernando Melo foi o primeiro, recusando a responsabilidade da Câmara no espaço do antigo largo da feira de Ermesinde.

    Relativamente à Fábrica de Tecidos de Sá revelou que houve um projeto preservação apenas da sua fachada, com a utilização do miolo para implantar um centro comercial e a contrapartida de se poder instalar uma escola num dos topos do terreno, mas o projeto acabou por falhar devido ao posterior desinteresse dos investidores.

    João Paulo Baltazar referiu a necessidade de um espaço para a juventude, situação que apontaram as escolas secundárias de Ermesinde e Valongo, e prometeu que a Câmara iria debruçar--se seriamente sobre isso, ainda que a instalação pudesse não se concretizar nos locais apontados.

    Também quanto à centralidade de Campo, a Câmara se encontraria a estudar soluções, curiosamente próximas das apontadas pelos estudantes, junto da igreja.

    Referiu os planos para a recuperação da ponte dos Arcos e prometeu aos alunos de Alfena que se iria procurar acolher a sua proposta junto da Proteção Civil do concelho.

    Arnaldo Soares, que considerou «uma honra e privilégio» estar ali com os jovens, falou da impossibilidade, para já, de abrir o parque da Lipor permanentemente, mas que, apesar de tudo ele gozava já de uma muito maior abertura.

    Maria Trindade Vale agradeceu os contributos dos alunos, esclarecendo também que as escolas básicas 2,3 não eram competência da Câmara Municipal, mas que, pessoalmente tinha tentado junto da DREN encontrar uma solução para o estado degradado da EB 2,3 Vallis Longus que, em compensação, tinha um corpo docente excecional, que quase compensava a falta do resto.

    A vereadora aproveitou também para falar dos projetos de política municipal dedicados à Terceira Idade.

    A sessão terminou com umas breves palavras do presidente da Mesa da Assembleia Municipal Henrique Campos Cunha, que aproveitou também para alguns agradecimentos finais – a Orlando Rodrigues, por ter prodigalizado o acesso a um projetor de video, colmatando assim uma falha de última hora; a Sofia de Freitas, por ter dado início à realização das assembleias municipais de jovens; a Marco António Costa, ex-vereador da Câmara de Valongo e principal dirigente distrital do PSD, pela sua presença (recorde-se que é pai de estudantes residentes no concelho).

    E terminou declarando esperar a atenção dos deputados municipais para as propostas ali apresentadas pelos jovens.

    Por: LC

     

     

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