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    Arquivo: Edição de 30-04-2011

    SECÇÃO: Gestão


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    As promessas do 25 de Abril!...

    Ainda me recordo dos dias da Revolução, em que a principal conquista era o voto e a Democracia, que adivinhava tempos de prosperidade, modernidade e mais riqueza. Nessa altura tudo era novidade e a liberdade vivia-se em todo o seu esplendor e aparato, levando a exageros e a perca da lucidez económica, provocando uma rutura financeira no país ao longo de 10 anos o que levou à vinda do FMI para restabelecer o equilíbrio financeiro da economia em 1983.

    Tal como naquela época também temos vindo a resvalar numa recessão que vem já de 2002 e passada uma década lá estamos nós outra vez a recorrer ao Fundo, com as repercussões económicas e sociais que tal iniciativa implica. É triste que após múltiplas investidas para ultrapassar problemas económicos, com pactos de estabilidade, PEC 1, 2,3 4, etc., não consigamos assumir o nosso destino criando-se um clima de controvérsia e de acusação mútua, numa lógica de “sete cães a um osso”; todos querem a todo o custo ir para o “poleiro” com o sonho da “galinha dos ovos de oiro” e finalmente mata-se a galinha na perspetiva dos ovos e é como se vê… novamente a recessão… e o FMI.

    O modelo político, económico e social em que vivemos precisa a todo o custo, de dar uma volta, por forma a promover um valor fundamental para o crescimento e a criação de riqueza: O Trabalho, e acabar de uma vez por todas, com a corrupção, o amiguismo, a ineficiência e os “tachos” de muitos e muitos políticos. Também era preciso em termos económicos acabar com as situações de monopólio, que muita gente do sistema aproveita, e responsabilizar judicialmente os políticos pelos atos praticados, tal como já acontece na esfera privada.

    Finalmente há que restabelecer uma ordem social fundada nas competências e eficácia, valorizando aqueles que pelos seus atos se mostram capazes de levar por diante empresas e projetos, promovendo em última instância, o Desenvolvimento do nosso País. Em suma o que faz falta é que a Justiça funcione, regulamentando e regulando as relações económicas e sociais dos agentes e não seja apenas um feudo de uma ou outra corporação tal como acontece na Saúde, na Educação e na própria Defesa, cujas figuras proeminentes foram caracterizadas como “generais sentados”. É esta imagem de comodismo que se tem generalizado na nossa sociedade donde sobressai a incompetência, a mentira e os direitos adquiridos.

    Passados 37 anos, os discursos dos ex-Presidentes e do Presidente da República vieram trazer uma mensagem de consenso, cooperação e algum sentido estratégico para o nosso país, apelando aos espírito do 25 de Abril e às promessas de então. Acontece que desde essa altura temos cada vez mais do mesmo, os mesmos atores políticos carregados de discursos mobilizadores e eloquentes mas sempre arredados da ação, pois isso afasta o voto. Quando é preciso agir há que atender às consequências eleitorais que provocam prejuízos maiores, então vamos vivendo num sistema adiado: “Quem vier que feche a porta”. Esta é a realidade da nossa democracia.

    O problema é um pouco mais profundo e prende-se com questões culturais e a matriz de valores duma história que se fez neste sul da Europa com influência de várias culturas, tendo como desfecho a realidade em que vivemos, de um povo do qual dizia o líder romano Caio Júlio César: «Estranho povo este que não se governa nem se deixa governar!».

    Por: José Quintanilha

     

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