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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 15-03-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    A Intervenção Precoce e a Terapia da Fala

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto NATASCHA FARBER - FOTOLIA.COM
    Foto NATASCHA FARBER - FOTOLIA.COM
    A comunicação é a base de toda a sociedade, das relações humanas e do conhecimento de nós mesmos. Poder comunicar eficazmente permite-nos crescer, partilhar acontecimentos, conhecimentos, sentimentos e muito mais! Comunicar bem, seja através de que meio for, torna-nos mais completos e mais felizes.

    Na infância, a odisseia da comunicação inicia com o contacto físico, com o choro intencional para transmitir fome, com a partilha de olhares…

    Na Intervenção Precoce é necessária uma relação de parceria e confiança entre os pais e os diversos profissionais baseada no respeito pelas diferentes perspectivas e competências. Uma relação que requer tempo e sensibilidade às diferenças de cada um, sendo esta a única forma de concretizar uma intervenção transdisciplinar centrada na família.

    Os factores de risco mais referenciados na literatura relacionados com a ocorrência de perturbações da comunicação são: antecedentes familiares, história clínica (complicações na gravidez ou no parto, otites de repetição, alergias, défice auditivo) e factores psicossociais. Sabe-se também que o sexo masculino é mais afectado do que o sexo feminino.

    A intervenção terapêutica pode ser directa ou indirecta, envolvendo a reabilitação e a reintegração na vida social, através do encaminhamento e do aconselhamento. Com efeito, o objectivo da Terapia da Fala é potenciar ao máximo as capacidades comunicativas de cada criança.

    Na infância, a Terapia da Fala actua ao nível das dificuldades de alimentação e das perturbações da comunicação. Estas últimas estendem-se num rol diverso que engloba: dificuldades pré-linguísticas, dificuldades de compreensão e/ou expressão, dificuldades de adequação da comunicação ao contexto e pessoas, alterações da fala, gaguez, rouquidão, entre outras.

    Actualmente, devido à maior sensibilização da população em geral, muitas crianças sem diagnósticos médicos mas com, por exemplo, dificuldades na fala ou na construção frásica, beneficiam de apoio terapêutico. Quando existe uma patologia médica, a intervenção do Terapeuta da Fala pode complementar o tratamento médico e/ou reduzir o impacto da mesma. Na verdade, muitos diagnósticos de Terapia da Fala decorrem de características ou sequelas de diagnósticos clínicos tais como fenda lábio-palatina, síndromas, trissomias, dislexia, surdez, paralisia cerebral, entre muitos outros. Os resultados em relação à qualidade de vida incluem factores como: maior participação da criança em actividades relacionadas com a família, com a escola e com a comunidade, maior auto-estima, bem-estar dos pais e dos que com ela convivem, satisfação com a vida e harmonia familiar.

    Alguns dos sinais de alarme, que deverão fazer reflectir e procurar despiste são:

    - Quando a criança é amamentada, o leite sai imediatamente pelo nariz;

    - Aos 2 anos não fala ou começou a dizer as primeiras palavras mais tarde do que o habitual;

    - Não responde nem olha na direcção das pessoas quando chamam o seu nome;

    - Não produz frases com, pelo menos, duas palavras (ex.: “quero papa”) aos 2 anos;

    - Aos 3 anos não compreende ordens ou perguntas simples;

    - Possui um vocabulário reduzido;

    - Aos 3 anos a fala da criança é difícil de perceber;

    - Apresenta uma linguagem “abebezada” para além do tempo normal;

    - Mostra desinteresse em comunicar com as pessoas;

    - Não faz perguntas;

    - Não estabelece contacto ocular;

    - Repete frequentemente o que ouve, como se fosse um papagaio;

    - Mostra esforço/cansaço ao falar;

    - Tem 4 anos e gagueja;

    - Fala pelo nariz;

    - Respira, quase sempre pela boca, estando sempre de boca aberta e apresenta frequentemente olheiras;

    - Usa maioritariamente palavras concretas, como objectos, utilizando menos, ou até nunca, verbos e/ou adjectivos;

    - Usa frequentemente palavras gerais (ex.: “isto... coiso”);

    - Necessita que adaptemos o discurso ou que recorramos a objectos ou gestos para que nos perceba;

    - Tem dificuldade em memorizar canções infantis;

    - Troca alguns sons ao falar, depois dos 5 anos;

    - Grita muito e fica rouca com frequência.

    Nas próximas edições será abordado o desenvolvimento padrão da criança. Com esta temática pretende-se esclarecer algumas dúvidas a pais e educadores.

    Não percam a próxima publicação que focará o crescimento dos 0 aos 3 anos.

    Por: Rita Regêncio (*)

    (*) Terapeuta da Fala

     

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