O Desemprego e as suas implicações sociais
Partindo do princípio incontornável, de que mais de 90% do emprego da população activa de Portugal é assimilado pelas micro e PME´s, não podemos dissociar esta realidade da problemática do desemprego como factor de desassossego social.
Quando se fala de Produção, de Riqueza e Produtividade é preciso também pensar que o Emprego é um Bem em si, e um factor de crescimento e de riqueza nacionais. O Emprego, à semelhança de outros, produz também economias externas, como a rede de estradas, ou as escolas e Universidades, os portos e aeroportos, ou a energia, entre outras.
As micro e PME´s, são portanto um veículo central, para que este Bem fundamental, seja assegurado, e se reproduza com mais e melhor Emprego.
Se analisarmos, com mais cuidado, as consequências do desemprego, verificamos que existem várias nuances: desde há muito, que se reconhecem as vantagens ocupacionais das pessoas, constituindo-se como uma necessidade básica e fisiológica, do foro psicológico. Estados de inutilidade ou de ócio, degeneram normalmente em marginalidade. O Trabalho é portanto, para além de um factor de criação de riqueza, também uma actividade ocupacional por excelência.
Se continuarmos a esmiuçar as questões do desemprego, verificamos que a marginalidade tem diversas expressões: Assim, o isolamento e a pobreza é a consequência mais imediata. Entretanto estas são a porta de entrada para outros tipos de marginalidade como a prostituição ou a criminalidade; outras vezes derivam em outros sentidos como as drogas ou o suicídio.
Este é o panorama que se nos coloca neste crescendo das taxas de desemprego (com efeito multiplicador nos índices das diversas marginalidades), e põe, naturalmente, em risco outros valores, como a Segurança ou a Justiça social, e o Bem-Estar Social tão desejado por todos. Mais uma vez convém anotar o tratamento que tem sido dado às Empresas, sufocando as suas actividades e a sua viabilidade, com novas Leis, novas obrigações, enfim com mais e mais impostos.
Ora, se o Emprego é um desígnio nacional, parece que não está a ser atacado o problema da forma mais conveniente.
Posto isto, temos que avaliar os interesses envolvidos. Assim temos uma função pública e uma classe política que não abre mão de todas as mordomias conquistadas. Os grandes Grupos da Finança e do Monopólio que integram desde a Banca, a Energia, passando pelas Comunicações e outras concessões publicas; estes também têm que assegurar os seus interesses, até porque, também estão comprometidos com o sistema de Poder.
Finalmente, temos as Organizações Sindicais e Corporações de classe, que apenas olham para o seu umbigo, não cortam com o passado, mantêm-se agarrados a chavões e não acompanham os novos tempos e os novos desafios de forma a conseguirem passar uma mensagem real e verdadeira, condizente com os novos desafios e obstáculos da actualidade.
Dá a sensação que andamos à deriva sem um rumo e objectivos determinados… tal como os desempregados!… .
Por:
José Quintanilha
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