De volta ao trabalho
Setembro é para muitos portugueses o mês do início de um novo ano em termos de trabalho, são estudantes, professores e muitos outros trabalhadores de diferentes áreas.
Alguns voltam com uma vontade de mudança, outros pelo contrário espera-os o desalento o desconforto de mais um posto de trabalho que acabou, tem sido assim nos últimos tempos, agravados com uma crise financeira, económica e social. Mas este recomeçar assume este ano, para os portugueses, uma dupla importância, na medida em que todos nós temos o dever de escolher o futuro que desejamos para o nosso país e para o nosso concelho.
Setembro iniciou-se em festa na nossa terra, a Expoval foi pretexto para mostrar o que por cá se vai desenvolvendo a nível do concelho; e como tem sido hábito a Câmara Municipal brindou-nos com uma animação diversificada, em alguns casos discutível, mas não nos podemos queixar da participação popular, Ermesinde encheu-se de gente para assistir ao concerto de Tony Carreira. Ninguém ficou indiferente a este acontecimento, uns aprovaram e aplaudiram, outros criticaram e lamentaram os gastos. Alguns equacionaram como e quando se utilizam os dinheiros públicos. Qual a responsabilidade cultural de uma Câmara Municipal na escolha e divulgação cultural?
São interrogações que nos passam pela cabeça ao ver desfilar milhares de pessoas neste tipo de manifestações a que não podemos ficar indiferentes. Prova disso foi a participação dos diferentes concorrentes às próximas eleições autárquicas, todos se fizerem representar, divulgando as suas propostas e fazendo publicidade às respectivas listas de candidatos.
A Câmara Municipal esmerou-se, este ano mais do que nos anos anteriores, na divulgação do trabalho desenvolvido ou a desenvolver, bem como na apresentação de alguns saberes e tradições que identificam o nosso Concelho.
Fica-nos a dúvida se existem mais empresas com grande significado que não quiseram estar presentes ou se o Concelho está reduzido apenas à área de serviços e se tem ou não desenvolvido e colaborado na criação de novos postos de trabalho.
Ermesinde, ao abandonar a sua ruralidade, foi e será sempre local de passagem, não significando com isso ser condenado a cidade-dormitório. Hoje, mais do que nunca, vagueamos pelo mundo, cada vez mais as cidades são de passagem, mas o seu desenvolvimento depende da criação de focos de interesse que provoquem essas passagens e porque não alguma permanência…
Por:
Fernanda Lage
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