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    Arquivo: Edição de 30-06-2009

    SECÇÃO: Opinião


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    Os safanões da política

    Quando os eleitos para o Parlamento Europeu se preparam para assentarem arraiais onde passarão os próximos cinco anos, o mundo político inter-muros agita-se com vista às próximas eleições que serão, umas para escolher deputados, outras para decidir quem serão os autarcas para o período 2010/2013, faltando, no dia em que escrevemos, saber se serão simultâneas ou em dias diferentes. E, a avaliar pelas notícias que nos chegam, a azáfama não é pequena, as preocupações dos dirigentes partidários são grandes, compreensíveis e diversas, enquanto as movimentações dos candidatos a candidatos são visíveis em todo o país, num “supermercado” onde nada falta em termos de ética (ou falta dela) fidelidades partidárias, amuos, dissidências, formação de novos agrupamentos, etc..

    O panorama descrito é recorrente, pouco deferindo do habitual. Mas as circunstâncias emergidas dos resultados das últimas eleições trouxeram ao mundo político comportamentos que antes de 7 de Junho seriam impensáveis. Ainda bem! Com efeito, a elevada taxa de abstenção, os erros crassos das sondagens e os resultados registados nas urnas, começaram a dar os seus frutos: políticos menos arrogantes, gravosas decisões preparadas para serem tomadas com rapidez ficarem adiadas, líderes partidários a perceberem que o paradigma da organização política, económica e financeira que tem sido seguido tem-se revelado um erro de “casting” para o desenvolvimento do país, sendo por isso urgente substituí-lo por algo que, definitivamente, catapulte Portugal para o campeonato dos melhores, libertando os portugueses da companhia dos povos europeus mais pobres.

    Neste cenário, faz todo o sentido que os partidos nos seus programas para as legislativas e autárquicas sejam claros nas suas propostas e que estas perspectivem novos horizontes, diferentes caminhos, outras políticas económicas e sociais, sinais claros de combate à corrupção, determinação na tomada de medidas conducentes a reduzir a criminalidade e aumentar a segurança das pessoas e seus bens, forte impulso no apoio às micro, pequenas e médias empresas que se proponham inovar tecnologicamente e a criar emprego sustentado de qualidade, arriscando, também, os seus capitais próprios; resolver o problema de falta de recursos humanos na Justiça, para de seguida exigir que ela alcance o perseguido objectivo de decisões céleres, contributo indispensável ao desenvolvimento económico do país.

    Cumpridas estas obrigações por parte dos candidatos, caberá aos eleitores responderem de forma inteligente e afirmativa no cumprimento da sua obrigação cívica, participando nos actos eleitorais com opções que contribuam para o êxito das listas candidatas cujos programas se identifiquem com as medidas que entendam como ajustadas aos tempos e à ultrapassagem das dificuldades presentes, não esquecendo que, por mais que os políticos se esfalfem a convencerem os eleitores que uma vez eleitos vão comportar-se de maneira diferente, não deverão esperar por milagres, sendo melhor que se lembrem do aforismo que diz que quem nasce torto jamais se endireita.

    Para os que entendem que não vale a pena votar, ou que não resulta mudar o sentido de voto porque são todos iguais, aconselhamos a lerem e a interpretarem os resultados das eleições europeias e a confrontá-los com os safanões registados nos partidos e nos “profissionais” da política, onde não deixarão de encontrar modificações significativas nos comportamentos resultantes da punição que sofreram do mau uso que fizeram da confiança que lhes foi dada quatro anos antes.

    Se os eleitores forem coerentes no sentido do seu voto, poderá acontecer que os governantes que saiam das próximas legislativas e autárquicas sintam a necessidade de reverem em baixa a dimensão dos respectivos governos, de reforçarem a qualidade técnica e diminuírem drasticamente o número dos executantes e de enveredarem pela implantação de sistemas organizativos com provas dadas em países que, sendo da nossa dimensão populacional com recursos naturais próximos dos nossos, conseguiram e mantêm níveis e qualidade de vida bem superiores aos dos portugueses. Como se ouve dizer, os portugueses não são estúpidos e não fizeram mal aos deuses para viverem eternamente de mão estendida à espera da esmola dos poderosos. Haja esperança e contribuamos para a sua desejada concretização.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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