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    Arquivo: Edição de 30-09-2008

    SECÇÃO: Gestão


    O Emprego e o Mercado de Trabalho

    Vivemos num tempo em que o tempo cada vez é mais escasso. Não temos tempo para nada … ou para tudo. O tempo cada vez é mais caro!… Não temos tempo para isto, ou para aquilo…

    O dia devia ter 48 horas ! Estamos naturalmente a falar de stress.

    O próprio conceito de produtividade assenta na ideia de que temos que fazer mais no menos espaço de tempo possível. Eu arriscaria a dizer que o tempo é até o primeiro factor de produção.

    Para nos defendermos deste stress temos, inevitavelmente que apelar à organização, à concentração e disciplina de tarefas, com vista a uma determinada especialização.

    Se analisarmos bem, e tomarmos os principais factores de produção, na perspectiva keynesiana, verificamos que a dimensão tempo está presente como forma de medida da remuneração desses factores. Assim, o salário remunera o trabalho por um período de tempo; o juro remunera o capital por um determinado período de utilização; a renda remunera a utilização de um espaço (propriedade), por um período de tempo; os lucros apuram-se anualmente; enfim, o Tempo é de facto um recurso que atravessa toda a dinâmica de produção e que devemos aproveitar de forma saudável e útil.

    Por outro lado, se não o aproveitarmos e o desperdiçamos, ou até, se não tivermos a oportunidade de o aproveitar, estamos perante um problema porventura tão ou mais grave do que a sua utilização intensiva. Podemos entrar em situações de falta de produtividade, de empobrecimento, de desemprego, com os consequentes dramas sociais de bolsas de pobreza, actividades ilícitas e violentas.

    Portanto, a única solução passa por organizar e disciplinar a utilização do tempo de cada cidadão de forma útil e harmónica, com vista à sua ocupação por um lado, e por outro à criação da riqueza nacional.

    Entramos aqui no tema do nosso artigo, ou seja, ajustar a cada pessoa a mais adequada função, preenchendo assim a sua necessidade de ocupação e também retirar dividendos do potencial humano existente em cada um de nós, contribuindo assim para a riqueza colectiva.

    Este é um processo complexo, que tem as suas especificidades e contingências, que obriga a uma regulação que não pode ser apenas passiva. Há que catalisar esta reacção entre empregados/empregadores de forma a que o Mercado funcione, seja dinâmico e moderno.

    O paradigma do emprego para toda a vida, da estabilidade profissional, que podem levar a algumas situações de acomodação, é uma realidade do passado. Hoje em dia, o tempo anda mais depressa e a própria dinâmica do Mercado é bem diferente, e temos que nos adaptar a ela.

    Há aqui uma nova necessidade, que deverá ter uma resposta à altura. Justifica-se a criação de entidades mediadoras especializadas, que promovam o encontro entre empregados e empregadores a um ritmo condizente com a velocidade dos acontecimentos. Tarefa como a selecção e recrutamento será um serviço útil que torna mais ágil o funcionamento do mercado de trabalho, uma vez que as informações e as expectativas das partes serão melhor garantidas.

    Outra tarefa que é determinante para a saúde da relação laboral é a avaliação do desempenho, que deverá funcionar nos dois sentidos, ou seja, no sentido do prémio e da penalização. A manutenção de uma relação viva e útil, deverá ser acautelada por uma avaliação objectiva do desempenho que por natureza alimenta a própria dinâmica das relações laborais, corrigindo eventuais inadaptações e fomentando a própria rotação operacional.

    Há portanto um espaço novo a ocupar por estas entidades especializadas, que têm por missão criar oportunidades de emprego e de criação de valor, adequando competências a necessidades específicas, numa dinâmica instável de permanente mutação.

    Todo este processo deverá desenrolar-se num cenário legal que atenda aos dois pilares do novo conceito da flexisegurança.

    Por: José Quintanilha

     

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