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    Arquivo: Edição de 30-04-2007

    SECÇÃO: Editorial


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    O prazer do trabalho

    Realizar projectos, cumprir tarefas que contribuam para a transformação do mundo que nos rodeia é, sem dúvida, o que nos move e dá entusiasmo para enfrentar as dificuldades com que nos batemos no nosso dia a dia.

    Seja qual for o nosso trabalho só é possível realizá-lo com eficiência se o fizermos convictos da sua eficácia, só deste modo ele contribui para a realização pessoal de cada um. Isto implica encontrar uma profissão pela qual eu me sinta apaixonado, onde eu me realize e não um emprego cujo fim é apenas e só receber um ordenado sem o qual eu não posso viver.

    A eficácia da actividade laboral depende muito do prazer com que realizamos o nosso trabalho e nunca será eficaz um trabalho realizado por castigo, por ter que ser.

    O trabalho não pode ser encarado como uma fatalidade.

    Quantos de nós construímos, desconstruímos e voltámos a construir a partir do nada na convicção de encontrar um caminho que faça sentido, onde nos sentimos úteis, onde o trabalho faz sentido, porque olhamos para trás e deixamos alguma coisa, onde eu posso dizer: eu participei na construção de alguma coisa por mais pequena que ela seja.

    Olhar à nossa volta e sentir que estamos vivos, que o nosso trabalho nos ajuda a ser úteis, seja a limpar o chão como ninguém, a cozinhar um belo almoço, a construir uma casa, a desbravar um caminho, a escrever um livro, a ensinar numa escola, a cultivar a terra, a transformar a madeira, os metais, as novas fibras em objectos, a curar as doenças, a fazer investigação, a reflectir na construção dum mundo melhor…

    Em qualquer lugar é possível encontrar um sentido para as coisas, e se eu for capaz de dar sentido ao que faço, eu encontro prazer no trabalho do dia a dia.

    Infelizmente nem todos escolhemos a nossa profissão e somos, por vezes, empurrados para situações e tarefas com as quais lidamos com muitas dificuldades; no entanto para que o trabalho não vire castigo é preciso ter muita força de vontade e humildade, qualidades fundamentais para gerirmos as nossas vidas com alegria e algum prazer.

    Todos temos direito ao trabalho, mas que vemos? Todos os dias mais e mais desempregados, a luta por um emprego está na ordem do dia, o país tem uma grande percentagem de desempregados de longa duração, o norte e o interior do país estão a ficar desertificados.

    Sempre fomos um país de emigrantes, pelas mais variadas razões, mas hoje voltámos a um tempo que julgávamos que tinha passado.

    Chegámos aos sete cantos do mundo e aí deixámos marcas, levámos e trouxemos saberes que rapidamente integrámos na nossa cultura.

    Será que hoje mantemos esse mesmo espírito de aventura? Ou continuamos vulneráveis à exploração dos mais fortes?

    Se é verdade que a globalização abriu muitas portas, também é verdade que facilita a procura de mão-de-obra barata, contribuindo para a abertura e o fecho de empresas, criando desemprego em massa de largos sectores da nossa economia.

    Quanto esforço, quanta desilusão, quantos projectos adiados. Será que vamos ter força para recomeçar tudo de novo?

    Por: Fernanda Lage

     

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