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    Arquivo: Edição de 15-03-2007

    SECÇÃO: Saúde


    Dores lombares

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    As dores lombares são diagnosticadas como lombalgias. Este diagnóstico pouco nos diz em relação ao motivo das dores, apenas refere o local doloroso. Ao longo dos anos esta patologia foi sendo cada vez mais estudada e são inúmeras as causas para o seu aparecimento, desde etiologias viscerais até musculoesqueléticas (ossos, tendões, músculos, discos intervetebrais, etc.). Neste artigo abordaremos as causas musculoesqueléticas.

    A lombalgia atinge sobretudo traumatizados, idosos, pessoas obesas, sedentários e profissionais que passam longas horas sentados ou em posturas erradas. Na grande maioria das situações, as dores iniciais são ignoradas e tendem a agravar--se com o tempo. Estes indivíduos têm factores de risco fortes que fazem variar o funcionamento da coluna lombar, viciando-a e alterando-a, o que origina alterações na morfologia dos discos intervertebrais (discos de cartilagem que se situam entre vértebras), alterações nas articulações das vértebras e compressões dos nervos radiculares (nervos que emergem do interior da coluna vertebral).

    A sintomatologia varia entre uma "moideira" no fundo das costas, até dores e sensações de formigueiro desde a lombar até ao tornozelo (dor ciática). Esta variabilidade de sintomas indica-nos quais as estruturas comprometidas.

    Certamente que todos nós, durante alguns dias consecutivos, já sentimos, de manhã ou ao final do dia, uma dor lombar chata que nos limita. Este estado álgico é facilmente reversível numa fase inicial, desde que correctamente diagnosticado. A dor não é o único aspecto a ter em conta, é necessário corrigir a estrutura musculoesquelética, bem como educar o doente no seu dia-a-dia.

    Em estados mais avançados da doença, situações nas quais já existe dor na região da nádega, é fundamental recorrer a serviços clínicos especializados para a triagem e elaboração de planos de intervenção capazes. Se não o fizermos, estas dores ou sensações de formigueiro/queimadura têm tendência a evoluir para a região posterior da coxa e daí, até ao tornozelo. Nestas situações, normalmente já existe uma alteração morfológica capaz de provocar dor irradiada, sendo a mais comum, hérnia discal. Devemos referir no entanto, que existem algumas situações nas quais ainda não existe hérnia discal, mas sim uma discopatia (estado anterior à hérnia discal) que provoca um quadro álgico semelhante mas com melhor prognóstico.

    Convidamo-lo a fazer um pequeno exercício de observação: quando um familiar ou amigo referir dores lombares tente observá-lo sentado e de pé. Verificará que ele certamente adopta uma postura errada, muito dobrado sobre si, com os ombros e cabeça para a frente quando sentado. Em pé, adopta uma postura do tronco muito dobrada para a frente (existem outros quadros diferentes embora menos frequentes).

    O tratamento deste tipo de patologias varia muito, de acordo com o profissional de saúde que consultamos e com o estado evolutivo da lesão. Na nossa óptica é muito importante fazer uma análise cuidadosa, perceber exactamente qual a causa mais provável e aliviar a dor sem descuidar os factores que originam a doença. A diminuição da dor é fundamental e deve ser sempre o primeiro passo seguido de procedimentos que irão contrariar os mecanismos de lesão. A abordagem da lesão passará sempre por técnicas de controlo da dor, posturas correctivas, exercícios terapêuticos, relaxamento muscular, mobilização articular e ensino do paciente. O doente, quando sujeito a um tratamento adequado, notará melhorias de sessão terapêutica para sessão. Existem situações que necessitam de cirurgia, no entanto nunca como primeira abordagem clínica, pois a maioria dos doentes consegue recuperar satisfatoriamente sem ela.

    As dores lombares de origem musculoesquelética são um problema complexo e necessitam de uma abordagem bem sustentada e consciente, tem inúmeras variáveis e necessitam de serem todas elas ponderadas.

    Em último momento, podemos conferenciar ao leitor que existem milhões de pessoas com dores lombares e a maioria dos casos complexos só ai chegaram devido a um desleixo ou necessidade laboral.

    Por: Rui Marques*

    * Fisioterapeuta na Cerma Ermesinde.

     

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