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    Arquivo: Edição de 15-10-2006

    SECÇÃO: Editorial


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    O povo desceu à rua

    Milhares de Portugueses desceram à rua para protestar contra as anunciadas propostas do Governo em diferentes áreas da Função Pública.

    O Governo não pode ser autista e esquecer esse povo que o elegeu e que hoje protesta porque se sente enganado. Não basta dizer que tem que ser, é preciso explicar porque chegamos a esta situação, quem vai beneficiar com estas medidas e se são para todos ou só para alguns.

    Sempre considerei que éramos um país pobre a viver à rico, a maioria da população tem encargos superiores às suas posses, se ficarem sem emprego é a falência total. Quem vai pagar tudo isto, os que já cumpriram?

    Os que souberam economizar o pouco que ganham, os que pagam os impostos e não têm descontos para nada”, os tais funcionários, os professores, essa classe que alguns consideram quase inúteis mas a quem é pedido que ensinem, que eduquem, que substituam os pais, que sejam psicólogos, mas acima de tudo tomem conta dos meninos...

    Quanto ao Poder local, só agora é que o Governo deu conta, ou teve coragem, de reconhecer tanto dinheiro mal gasto, orçamentos descontrolados, luxos e mordomias para encherem os olhos aos eleitores, deixando a resolução dos problemas básicos por resolver ou – pior ainda –, organizando espaços, construindo obras de fachada de duvidosa serventia.

    No entanto, como em tudo, há bons exemplos, este país melhorou imenso nestes últimos trinta anos, construíram-se obras de muita qualidade, resolveram-se alguns problemas de saúde, de habitação, de educação, mas podia-se ter feito muito mais. Momentos houve em que o dinheiro podia e devia ser melhor aplicado e distribuído.

    Não posso esquecer a quantidade de cursos de fachada que só serviram para beneficiar patrões e organizações...

    Que preparação demos aos operários das fábricas das quais havia a certeza que iam fechar?

    Conheço alguns casos quase caricatos, o último é o de uma senhora, mãe de dois filhos, que sempre trabalhou numa fábrica de malhas e que frequenta neste momento um curso de desportos radicais, não por gosto, mas porque era a única solução que o fundo de desemprego lhe oferecia.

    Quantas queixas dos professores e que formação lhes deram?

    Estes professores não vieram da lua, estão cá neste país , muitos deles a darem o melhor das suas vidas ao ensino, sempre com grande entusiasmo e, por isso, hoje sentem-se magoados, eu diria mesmo zangados, por serem todos metidos no mesmo saco. Maus profissionais há-os em todas as profissões, que meios têm as escolas para fazer essa distinção?

    Que formação é dada aos professores ao longo da vida? Pontualmente consegue-se uma ou outra, mas os bons professores são neste país quase todos autodidactas, cuja formação vão enriquecendo ao longo da vida sem poderem descontar nem um único livro nos seus impostos.

    Por: Fernanda Lage

     

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