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18-04-2019 09:45
Câmara de Valongo reforça em 30.000 euros o apoio anual aos Bombeiros Voluntários de Ermesinde e de Valongo
A Câmara Municipal de Valongo (CMV) reforçou o apoio monetário anual às Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde e de Valongo.
O valor anual deste novo apoio é superior a 30.000 euros - divididos pelas duas associações humanitárias.

Recorde-se que a adenda aos protocolos celebrados com as duas associações no passado dia 16 de abril foi aprovada por unanimidade pelo Executivo municipal - na reunião pública de março - e prevê então o apoio para as despesas com os prémios das apólices de seguro das viaturas das corporações (850 euros mensais) e aquisição de equipamentos de proteção individual de combate a incêndios em espaços naturais, para todos os/as novos/as bombeiros/as que ingressem na carreira de bombeiro voluntário.

O custo de cada equipamento de proteção individual de combate a incêndios em espaços naturais para os novos elementos que ingressem na carreira de bombeiros voluntários está estimado em 540 euros, valor que inclui fato de proteção florestal (calças e dolmen), botas florestais, capacete florestal, luvas de combate a incêndios florestais, camisola ignífugas e capuz de proteção florestal (cógula).

A assinatura do protocolo decorreu no salão nobre da autarquia, tendo contado com a presença de inúmeras forças vivas do concelho, desde logo o presidente da autarquia, José Manuel Ribeiro, vereadores do Executivo camarário, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, João Morgado, bem como representantes das duas associações humanitárias, com realce para os presidentes das duas Direções: Jorge Videira em representação dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE), e Armando Pedroso, por parte dos Bombeiros Voluntários de Valongo (BVV).
O Corpo Ativo das duas corporações também esteve representado, no caso de Ermesinde pelo segundo comandante Emanuel Santos, e da parte de Valongo pelo comandante Bruno Fonseca.

CRÍTICAS DOS BOMBEIROS PARA COM O ESTADO CENTRAL

Após a celebração do protocolo foram proferidas algumas palavras pelas duas partes intervenientes deste acordo. Altura aproveitada pelas duas associações para agradecerem este apoio da autarquia, mas também para lembrarem as dificuldades que diariamente enfrentam para levar por diante a sua missão.

E isso ficaria bem patente nas palavras de Jorge Videira, que antes disso frisaria que as conversas mantidas com a Câmara têm levado os bombeiros a "bom porto", sendo a prova disso este novo apoio.
Mas «o Mundo não acaba aqui, os bombeiros vão continuar a dialogar com a CMV no sentido de paulatinamente irem conseguindo levar a "bom porto" as associações humanitárias». E dando seguimento a esta intenção teceu então algumas críticas para com o Estado Central, que nas suas palavras «paga pouco e mal».

Para que todos entendessem «as reais dificuldades das associações humanitárias», o presidente da Direção dos BVE deu como exemplo a associação que dirige, a qual todos os meses «para pagar salários aos funcionários precisa de 45.000 euros e muitas vezes temos muito mais do que isso a receber (proveniente de serviços prestados) do Estado Central. Só que as faturas são pagas a quatro e cinco meses».

Para vincar as dificuldades atuais das associações, Jorge Videira frisou ainda que são os bombeiros que têm de suportar os encargos com a aquisição de viaturas, ou de equipamentos, referindo, a título de exemplo, que um par de botas para um bombeiro/a custa na ordem dos 65 euros, o que a multiplicar por 115 bombeiro/as - como é o caso do Corpo Ativo dos BVE - torna-se complicado suportar em termos financeiros. «Temos dificuldades, e gostava que compreendessem isso. Enalteço o esforço da CMV em conceder este apoio aos bombeiros», terminou Videira.

Por sua vez, Armando Pedroso subscreveu as palavras do dirigente dos BVE, ressalvando ainda que para muitos esta ajuda mensal de 850 euros pode parecer pouco, mas na verdade é muito. «Esta é uma ajuda gratificante e são ajudas como esta que me estimulam a continuar», referiu o presidente da Direção dos BVV.

DESPESA DA AUTARQUIA COM OS BOMBEIROS ULTRAPASSA AGORA OS 250.000 EUROS

José Manuel Ribeiro recordaria que este é o segundo aumento nos apoios às duas associações celebrado em dois anos, reconhecendo ainda as dificuldades destas em conseguir cumprir o seu papel, cada vez mais exigente e dispendioso em termos de meios, ressalvando que em 2017, depois de 20 anos sem atualizações, a CMV atualizou em 33 por cento o valor mensal, aumentando 1500 euros o subsídio, que passou a ser de 6000 euros mensais para cada uma das corporações.

«Os Bombeiros Voluntários de Ermesinde e de Valongo são fundamentais para garantir a segurança e o socorro às populações. Por isso, na sequência do diálogo que mantemos quotidianamente com as duas corporações decidimos mais este apoio, que sendo despesa corrente para o Município é também receita corrente para os bombeiros», considerou o presidente da CMV, que elogiou também «o desempenho altruísta e o inestimável serviço que as duas associações de bombeiros voluntários prestam a toda a população do Concelho de Valongo e não só, o que nem sempre é devidamente reconhecido».

Referiu ainda que com este novo apoio, que tem um valor global superior a 30.000 euros, o montante anual de apoios da autarquia aos bombeiros do concelho vai ultrapassar os 250.000 euros.

O autarca elogiou ainda a gestão que é feita nas duas associações humanitárias de bombeiros do concelho. «Há muitas associações humanitárias no país que se não estão na falência devem estar muito perto disso. Até nesse ponto de vista nós temos de nos orgulhar da capacidade destes senhores (dirigentes dos BVE e dos BVV) em gerirem o que é difícil de gerir. Se há coisa que caracteriza estas corporações é que não têm medo de agarrar os desafios. E aquilo que sei, porque vejo, é que estas duas corporações ao longo dos anos souberam dar respostas, renovar-se, apostar em novas áreas, e isto revela que há inteligência de quem as dirige, de quem lá está, quer seja do corpo operacional, quer seja da parte da área civil da associação», frisou o edil, que garantiu que irá continuar a dialogar com as duas associações humanitárias no sentido de «devagarinho, à medida que podemos» ir ao encontro de soluções para aquilo o que são os problemas dos bombeiros.

Nota: Na nossa próxima edição impressa iremos apresentar uma versão mais detalhada da assinatura deste protocolo.

 

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