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30-04-2018 16:48
Grupo Dramático e Recreativo da Retorta excluído do Mercado Oitocentista 2018
Grupo Dramático e Recreativo da Retorta (da freguesia de Campo) emitiu no passado dia 22 de abril um comunicado onde dava conta da decisão da Câmara Municipal de Valongo em não conceder a esta associação a participação na edição de 2018 Mercado Oitocentista / Feira da Regueifa e do Biscoito.
O referido comunicado refere o seguinte:

«O Grupo Dramático e Recreativo da Retorta reuniu, no passado dia 19 de abril, com o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Valongo, tendo-nos sido comunicado que, este ano, não seria possível a nossa presença no Mercado Oitocentista.

A decisão tomada pelo Presidente da Câmara Municipal, apanhou a nossa associação desprevenida e deixou-nos, a todos, incrédulos com a situação.

De facto, a nossa presença no Mercado Oitocentista foi sempre considerada, fazendo inclusive parte do Plano de Atividades e Orçamento que, no início do ano, foi comunicado ao município. Aliás, a presença no evento, que acontece desde sempre, foi abordada várias vezes com os técnicos municipais, nomeadamente com o anterior Chefe de Divisão, e nunca foi colocada a questão da não possibilidade da nossa presença.

Vem agora a Câmara Municipal, na pessoa do Sr. Presidente, e a pouco mais de 1 mês da festa comunicar a nossa exclusão do evento. Defende o Sr. Presidente que deve imperar uma lógica de rotatividade entre as associações, embora seja facto, que só a nossa associação foi excluída mantendo-se todas as outras na festa.

Não podemos aceitar nem compreender esta nova regra. Sempre fomos defensores da abertura do espaço a outras associações e sempre tivemos disponibilidade para ajudar. Demos várias vezes, como exemplo, a Feira Medieval de Santa Maria da Feira ou o Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis. Festas onde estão dezenas de Associações, lado a lado, onde todos cabem e todos angariam receitas para as suas causas. Em 2017, por exemplo, a Comissão de Festas de São João de Sobrado juntou-se a nós e todos ganhamos! Sabemos que outras associações foram convidadas, mas declinaram o convite.

A regra criada, este ano, pelo Sr. Presidente da Câmara é errada e injusta: Errada porque a rotatividade limitará o crescimento do Mercado Oitocentista e contribuirá para a sua estagnação; Injusta porque ignora todo o investimento que a Retorta foi fazendo ao longo dos anos em equipamentos e em pessoas e que muito contribuiu para o sucesso da iniciativa. Sempre fizemos o melhor que sabíamos, sempre dissemos sim ao que nos solicitaram.

No início, em 2014, poucos quiseram ir, poucos acreditaram, poucos quiseram investir na iniciativa. Fomos desafiados e respondemos positivamente. É verdade que sempre recebemos uma verba da câmara, mas também é verdade que sempre investimos mais do que aquilo que nos davam. Quem organizou a festa nos últimos anos sabe disto e sabe que nunca falhamos.

Agora, tudo é mais fácil! Aceitamos perfeitamente que outros queiram participar - mesmo que antes não o quisessem – é normal, mas não compreendemos nem podemos aceitar que tal vontade seja motivo para nos excluir da festa.

Para os que andam mais distraídos, o dinheiro que angariamos nos “Sabores da Retorta” está investido numa obra, enorme, que estamos a construir na Rua 1.º de Maio em Campo. Uma obra que cresce ano após ano e que se pode ver, uma obra que é alimentada com o voluntariado de mais de 70 pessoas que, de forma gratuita, nos ajudam na tasquinha e no mercado e pelos milhares de amigos, sim porque são milhares e porque são nossos amigos, que frequentam o espaço e dessa forma provam os nossos petiscos e nos ajudam a angariar receitas.

Durante a reunião tida, o Sr. Presidente da Câmara disse, e é expressão sua, que andávamos todos atrás do vil metal! Trata-se de uma forma redutora de olhar para o associativismo. Redutora porque ignora o nosso trabalho, o muito que se faz com tão pouco. As nossas receitas, por exemplo, nunca caíram em saco roto! São receitas que foram e são importantes para a nossa obra, mas que também foram e são importantes para aquilo que fazemos e temos. Sim, porque desde as mesas aos bancos, desde das arcas aos frigoríficos, desde das tendas às bancas, desde da iluminação ao som, desde da louça ao guarda-roupa, e muito mais, tudo o que havia naquele espaço é da Retorta. Esta é a verdade: mais importante do que o espaço é aquilo que se faz com o espaço e nós, assim pensamos, temos feito bem.

Pelo exposto, lamentamos a decisão, isolada, do sr. Presidente da Câmara Municipal e informamos todos os nossos amigos que marcaremos presença na festa de uma outra forma, de uma forma que não desejávamos, mas que servirá também para ajudar quem nos ajuda.

Estaremos com os “Sabores da Retorta” nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Valongo e doaremos parte da receita a esta nobre instituição, sempre disponível para acudir.

Por fim, uma palavra de conforto, às associações que, este ano, dinamizarão o Mercado Oitocentista: para elas os nossos votos de um bom trabalho e desejos de muito sucesso».

A RESPOSTA DA CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Entretanto, e na sequência deste comunicado da Retorta, a Câmara Municipal de Valongo expôs a sua posição face a este assunto:

«O Executivo Municipal de Valongo está exclusivamente empenhado e concentrado na promoção da panificação enquanto património e marca identitária muito importante para a cidade e concelho de Valongo, e por isso criou e lançou em 2014 a Feira da Regueifa e do Biscoito, que tem sido um autêntico sucesso.

O Executivo Municipal entende que devem ser dadas oportunidades a novas coletividades para participarem nos espaços de gastronomia, que passarão a ter uma nova imagem comum, pelo que introduziu uma lógica saudável de rotatividade anual.

O Executivo Municipal não compreende a reação estranha da referida coletividade à abertura dos espaços a outras associações, que há muito reclamam idêntica oportunidade de participação na Feira da Regueifa e do Biscoito, pois a referida associação foi sempre apoiada e envolvida, ao longo de 4 anos, em inúmeras iniciativas do Município.

O executivo municipal, apesar de surpreso com este comportamento, apela ao bom senso no sentido de não se prejudicar o que é verdadeiramente relevante e que é a promoção de uma tradição tão importante para as pessoas e para a comunidade, como é a Regueifa e o Biscoito».

 

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